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sábado, 13 de março de 2010

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Como eu ocupava duas cadeiras, com a cabeça virada para a janela e os pés na outra... quando ele se dirigiu pra mim, levantei os pés como sinal de aprovação para o que ele pensou em fazer. E ele, ao se aconchegar, trouxe minhas pernas de volta, posicionando-as no seu colo.

Por segundos, pensei em tudo quee teria possibilidade de acontecer a partir daquela escolha de deixa-lo se aproximar.

Segundos depois, ele mina qualquer possibilidade de arrependimento. Aproxima a mão do meu rosto e se deita no meu colo. Eu? Permito.

Disso começa a conversa mais silenciosa que eu já tive. Conversamos pela troca de cheiros, troca de toques, de sensações e tentaações. Ele se aproxima mais. Coloca minha mão sobre o seu peito e diz: Me explica porque é que eu fico assim. Seu coração batia descompassado... ou perfeitamente em compasso com o meu. Eu, peguei sua mão e coloquei sobre o meu para que ele comparasse a sinfonia que o meu exalava como forma de reconhecimento do meu amor.

Conversamos. Trocamos carinhos de lábios. O dia logo clareou, nos acordando. Ele se inclinou para frente quando a sua companheira de viagem acordou. Ela me olhou.

Eu voltei para o meu lugar... as meninas ainda dormiam. Pouco tempo depois, o ônibus parou para o café. Foi quand fui interrogada do que havia acontecido. Eu, fui sincera.

- Gente... eu senti muita atração por ele, mas isso pra mim não é novidade. Só que eu não posso ficar com ele. me ajudem...
- Débora, se tu quiser, o que acontecer aqui... morre aqui, como a gente ja combinou.

Essas palavras, ao invés de me tranquilizarem, mais me deixaram aflitas. O inevitável aconteceria. Sentamos numa mesa e tomamos um cafezinho. Homero estava fumando lá fora e eu fui até ele, troquei alguma brincadeira e voltei pro ônibus.

Todos voltaram ao bus. Homero, aproveitou o dia e veio sentar-se conosco para conversar sobre tudo. Como ele é lindo! E desenrolado.

A turma do fundão, que já estava bebendo desde a primeira noite, começou uma musiquinha. Nós preferimos tentar dormir, mas ele foi garantir o forró com a representante do Rio Grande do Norte, Cacau.

Ciúme?

Em gênero, número e grau. Esse foi o primeiro momento em que a imagem dele ficando ou se interessando por outra pessoa passou pela minha cabeça. Afinal, estávamos indo para um Encontro Nacional.

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