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sábado, 22 de agosto de 2009

'C'est comme si tout était hors de propos.'


As coisas estão bagunçadas.

A cama esticou,
O lenço de papel acabou.
O café da xícara está amargurado
E o meu relógio parece estar quebrado.

O vento continua a soprar,
Mas minhas lágrimas, ele não consegue secar.
O disco arranhado vive a tocar,
E o meu coração, partido, a te procurar.

Quero encontrar teus passos,
seguir teu som,
sugar teu cheiro,
trocar o meu batom.

Quero aconchego, quero flor,
luz, melodia,
saltos e lagos,
quero morrer de teu amor.

E quando a sanidade voltar,
quero contar ao teu lado,
sem medo de alucinar,
que sem ti, eu me nego a continuar...


Volta... para que as coisas retomem os seus lugares.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Perto e Distante


Hoje, conversando com um velho-amigo-novo¹, recebi um belissimo poema de Guimarães Rosa:

O correr da vida embrulha tudo
A vida é assim: esquenat e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desenquieta.
O que ela quer da gente é coragem


Isso porque falávamos das injúrias da vida, que nos afasta das pessoas que amamos e o pior, do papel passivo que fazemos frente a isto. Aceitamos tudo. Nos acostumamos com tudo. As vezes eu detesto esse modo de adaptação que é inerente ao ser.

Porque me acostumar com a saudade?
Com a dor?
Com a perda?

Porque me acostumar a não ter perto e ter distante?

E isso me remonta a turma inesquecivel de 2005.
Onde fomos parar?...
Estamos construindo nossas estradas, só espero que elas tenham curvas que se encontrem.

A vida que une é a mesma que separa.


____x

¹ Fran Yan Coelho Tavares.
Hoje? Estudante de Ciências Sociais da UFC.
Ontem? Meu confidente amigo-urso!
Variações.. de tempo, espaço e condição....

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Carona.



[Na estrada]
Mulher: Sr Caminhoneiro, por favor, me dê uma carona?
Caminhoneiro: Até onde, sua moça?
Mulher: O mais perto que o senhor puder do meu amado!
Caminhoneiro: Mas eu nem sei onde é! E se eu passar longe?
Mulher: Tem problema não seu moço, o importante é diminuir essa distância o máximo que eu puder!
Caminhoneiro: E se o rapaz num tiver lá, moça! A senhora vai sair assim?
Mulher: Ele há de estar! Se não estiver, agora mesmo ta indo pra lá!
Caminhoneiro: E como a senhora pode afirmar uma coisa dessas?
Mulher: É simples... Meu coração ta batendo tão forte, mas tão forte, que sei que ele pode ouvir. E ele há de saber todo amor que tenho por ele e tudo que sou capaz de fazer para não tê-lo tão longe de meus braços!
Caminhoneiro: Ta.. suba ai dona moça! E aperte os cintos... porque se o amor da senhora for grande assim, essa estrada vai ser pequena por hoje como nunca me foi na vida!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Ausência




Ao amor da minha vida.

Não estarei perto de ti nos dias que seguirão, mas faça-me um favor, amado meu...

Ao despertar-te, cuida para que o teu primeiro pensar seja meu, segure firme o leito vazio que outrora nos aconchegou. Ao me veres nua, cubra-me com teu braço, nina-me, embaraçando-me os cabelos, lembrando-nos que podemos nos afagar mais cinco minutinhos.

Brigues comigo, silenciosamente, antes de cada refeição.Graciosamente, espalhe meu toque junto ao teu em todos os cômodos: livros, discos.

Assegura-te de não ouvirdes músicas sem mandá-las a mim por teu pensamento.
Sorria e traga vida aos teus dias tristonhos, como trouxestes quando perto de ti eu estava.

Quando fores deitar, deixes meu lado da cama pronto e não me deixes sentir frio.

E quando a ausência quiser gritar, varre as cinzas do teu cigarro para fora, bebe o amargo do café que deixei sobre a mesa, a fim de beberes as gotículas de saliva que descansam nas bordas da xícara esquecida.

Corra atrás de cada suspiro que dei, de cada lágrima silenciosa que derramei sob o teu peito, colha dos sussurros e soluços das nossas noites de amor em magna plenitude e respire fundo.

Tendo isto, aguarda-me com eufórica loucura, para que quando eu retorne cambaleante de saudades, possa perceba-te completamente embriagado de minha ausência.